terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O VELEJADOR


Eu preciso encontrar essa porção de oceano onde as águas não sejam turvas;

Eu preciso de ventos que sinalizem uma ilha calma. 


Estou cansado de tempestades, de me guiar pelas estrelas pálidas


De quebrar gelo para abrir caminhos que não me prometem itinerários seguros.


Balança minha rede, surpreende-me com um beijo.


Publica tua saudade na areia da praia;


Rompe teu silêncio e me confessas teu amor.


Sem esse porto-seguro, continuarei a velejar pelo desconhecido


Em busca de um coração que me faça sentir abrigado.


Não posso adivinhar teu íntimo quando tua inércia transforma tudo em bruma.


Eu não quero um amor resignado, eu prefiro um amor desesperado


À monotonia do teu enigma de resposta sem surpresa.


***


Cansado...


De quebrar gelo para abrir caminhos que não me prometem itinerários seguros.




Hérlon Fernandes Gomes


La Paz, Bolívia - Abril de 2011. 


(Poema atrasado, resgatado de papéis perdidos)





Um comentário:

  1. O outro nem sempre sabe o que quer, meu amigo. Mas aprendemos que o importante mesmo é sabermos.
    Adorei o: "Eu não quero um amor resignado, eu prefiro um amor desesperado". Maravilha!
    Abraço.
    Magna

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