domingo, 8 de janeiro de 2012

A última lua cheia


A ÚLTIMA LUA CHEIA

Ficou um silêncio tão grande deixado por tua ausência, que minha alma conseguiu ouvir as paredes balbuciarem uma oração de misericórdia a suplicar por teu retorno.

Ficou um frio tão grande nessa alcova, capaz de despertar espinhos na minha pele,

Por isso me cobri no calor do cigarro que odeias, mas aqui já não estavas para insultar meu beijo de nicotina.

Ficou um descampado tão grande neste quarto, que imprime à Nossa Senhora na parede uma maior compaixão por meu desterro.

Ficou um desvão tão grande no meu coração, que preciso me conter para não me evaporar nas lágrimas que se juntam na atmosfera quente desta última lua cheia de dezembro.

Hérlon Fernandes Gomes, Rondônia - 11 de Dezembro de 2011

P.S.: Para Alexsandra Meira Vasconcelos, que tem um coração que pulsa poesia.

Do inédito Lúmen - De corpo e alma - Poemas Profundos.

3 comentários:

  1. Poema profundo mesmo, Hérlon!
    Sabe o que dá vontade? Dá vontade de receber algo assim pelo correio. Lindo demais!
    Magna

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  2. Parabéns pelo blog, pelas criações e pela expressividade textual. De fato, tem ausências que são irreparáveis e para sempre.

    ZZ

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