sexta-feira, 30 de maio de 2014

OLHARES, RELÂMPAGOS, AÇOITES



Eu posso imaginar a umidade do teu perfume nu sobre a cama e a maciez da tua pele leitosa a iluminar a penumbra.

Eu desconfio que teu gozo acontece de olhos fechados, enquanto sorris de êxtase para o mundo.

Suponho que, nesse prazer, existe um silêncio de tua presença a dizer tanto de ti mais que se me descrevesses teus sentidos.

Ensaio meus dedos no ar, como a acariciar tua nuca e espalhar o feitiço dos teus cabelos negros pela madrugada...

Ah, se teus olhos pousassem nos meus, um pouco além do que um relâmpago de açoite, eu me instalaria para sempre em ti, penetrando teu insondável íntimo, e te roubaria para a terra da liberdade, onde pecado é ter medo de ser feliz.

***

Não haverá canto do teu corpo que eu não desvende com meus beijos;

Não transcorrerá segundo vago entre nós que eu não preencha de doçura, de quenturas, eternidades e explosões de encanto.


Hérlon Fernandes Gomes
29 de Maio de 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário