Aqui o espaço é aberto à instrospecção, aos valores da alma, aos sentimentos humanos. Aqui é campo livre ao devaneio que amadurece ideias, que constrói sonhos, que concretiza a reflexão. Aqui é um convite livre ao deleite!
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
ESTRANHEZA ILUMINADA
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
O CANTO DO VIM-VIM
sábado, 7 de novembro de 2009
MIGALHAS
Não agiriam como estranhos naquela noite. Teriam piedade de si mesmos, criariam uma atmosfera de intimidade que lhes permitisse montar a cumplicidade que tanto desejavam. Dividiriam suas químicas, enganariam seus próprios corações com mais um amor descartável, com aquela felicidade que se rasga assim como a cigarra, de uma vez só.
Dormiriam abraçados, como se se conhecessem de outras vidas.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Diário de viagem
O que fazer quando se está sem inspiração? Só escrevo inspirado... Viajei esses dias, na tentativa de que algo novo me fizesse trazer uma nova cor às palavras. Encontrei lugares lindos, vivi momentos únicos, mas a palavra não é capaz de dizer a emoção do que vivi; não é capaz de corporificar o que gostaria de escrever.
Sinto-me impotente, procurando uma linguagem que só fala intimamente na alma de cada um de nós: uma energia que se compara a quando a gente se arrepia de felicidade; quando a gente fica surpreso demais com um presente perfeito e, de tão bobo, não consegue agradecer à altura. Estou transbordado até então, cheio de uma ressaca de paz que me sufoca a escrita. Resolvi postar a fotografia para que me perdoem a incompetência de poeta.
Hérlon Fernandes Gomes
P.S.: Fotografia tirada em Barra Nova, praia do litoral leste cearense pelo amigo fotógrafo Aragão, que registrou perfeitamente a atmosfera muito além do que as palavras poderiam dizer.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
NO DIVÃ

Doutor, meus amigos enlouqueceram e eu ainda duvido se minha lucidez também não está corrompida. Sim, continuo seguindo suas recomendações. Não, eu não estou deprimido... Angústia é depressão? Angústia de hoje não saber se estou sentindo as coisas da maneira como deveriam ser sentidas. É, eu sei que o coração e o espírito não precisam de um manual de instruções; eu sei que preciso descobrir, em minha fraqueza, a minha fortaleza... Eu só não queria estar obrigado a ter de ser feliz como todo mundo, doutor. É por isso que estou aqui. Minha felicidade exige tão pouco de mim... Não preciso do muito deles para que meu sorriso seja sincero...
Sabe, doutor, continuo a sentir aquela podridão no ar. Ela se desprende de algumas pessoas e isso tem se tornado cada vez mais frequente e insuportável. Eu desconfio que essa fedentina tem mortificado parte das almas do planeta. O senhor também não percebe que algumas pessoas, além de empestarem o ar, têm perdido uma certa luz dos olhos? Claro que naõ comentei isso com mais ninguém! Eu sei que isso parece loucura... Esta semana estive no banco e vomitei ali, na frente de todos, porque a carniça sufocava-me. Sei que o senhor tem me proibido de visitar bancos, mas no mundo de hoje... Ali parecia um açougue de carnes apodrecidas... Outra coisa inusitada tem acontecido. Agora passei a enxergar os sonhos mais ambiciosos deles, doutor... São coisas tão mesquinhas que eu me envergonharia de contar ao senhor. São sonhos de esperanças apodrecidas, porque deixaram se transformar simplesmente no que podem comprar. Quando seus ideais não são atingidos, já sem alma, se transformam em zumbis e passam a viver numa espécie de limbo, atormentados por medos sem porquês, onde tudo perde o sentido. Percebo que alguns, doutor, resgatando um fio de esperança e fé, despertam do transe e reencontram o prumo.
Sigo à risca as suas recomendações para não me tornar um deles. O cheiro dos cajueiros de setembro tem me ajudado a dissipar esse cheiro ruim; as acácias em flor alimentam mais e mais a luz que me põe em equilíbrio comigo mesmo; nos momentos de solidão e medo, entrego minha alma a Deus e rezo. Tenho bebido algumas estrelas na madrugada e me banhado nu no olho nascente das águas – tudo clandestinamente, doutor! Se eles souberem que ando fazendo essas "maluquices", mandam me internar...
Hérlon Fernandes Gomes
10 de setembro de 2009.
domingo, 16 de agosto de 2009
BATISMO

Ele caminhava sozinho pela praia deserta. Era cedo da manhã, os raios mais quentes do sol se anunciavam timidamente entre um vento mais frio, entre nuvens que serviam de cortinas que se abriam com o passar das correntes de ar.
Abaixou-se para pegar um búzio entre tantos, guardou-o consigo... Demorou-se um pouco mais para sentir aquela quentura viva do sol em suas costas a denotar essa sensação de existir. Eram coisas tão simples e ele muitas vezes estava alheio, preocupado em sentir o que não lhe pertencia, em aceitar as cores que escolhiam para sua aquarela... Não, ali diante do mar ele reconhecia sua pequenez, mas não se inferiorizava. Ninguém lhe diria como distribuir suas emoções, porque ele era livre para sentir e talvez tivesse a mesma sorte daquele búzio: escolhido ao acaso, reconhecido até mesmo pela beleza singular de suas imperfeições.
Certificou-se de que não havia ninguém por perto. Queria sentir o gosto mais puro da liberdade. Tirou as poucas roupas que vestia e correu para o mar, para que o sal arrancasse as frustrações diárias que ele não desejava colecionar. Gostou do frio, gostou de sentir bater os dentes, pois bem ali, na praia, o sol seria o seu melhor conforto. Deitou-se na areia. O céu azul encheu-lhe as vistas. Fechou os olhos e recebeu da Vida o bronze abençoado sobre seu corpo livre, seu corpo nu, seu corpo limpo, seu corpo santo.
Hérlon Fernandes Gomes
quinta-feira, 23 de julho de 2009
O PERFUME

Hérlon Fernandes Gomes
Brejo Santo – CE
23 de julho de 2009.
sábado, 20 de junho de 2009
FUGERE URBEM ET LOCUS AMOENUS QUARERE

Ultimamente percebia que fugia de algo. E fugia de medo, como se essa torrente desconhecida pudesse amaldiçoar suas coisas sagradas, sua mágica secreta. As pessoas lá embaixo estavam enlouquecendo facilmente, cegando os olhos da alma, manipulando com substâncias amargas a essência da lágrima, as estruturas da fome. Era preciso fugir disso, era preciso se imunizar desse mal.
Em dias assim, em que a insanidade já se fazia sentir pelos calcanhares, ele subia até o mais alto que podia, onde o clima era ameno, onde a paisagem se tornava mais exuberante e, do alto, observava aquele pequeno caos que se amontoava lá embaixo.
Lá em cima, eram apenas ele, o silêncio e o espaço. Ali, sim, ele conseguia respirar aliviado, porque era território proibido para as banalidades desses males modernos. Respirava fundo e se enchia dos tons lilases que se cintilavam pelo céu durante o cair da tarde.
O conforto daquele frio descascava o bronze artificial urbano. Ali, sim, ele podia ser a verdade. Ali ele vestia sua alma com essa riqueza gratuita que o tornava pleno. Era dono de quê? Era dono daquilo que os homens não podem se apropriar, dono das coisas que somente a alma pode ser dona sem se apoderar... Ali ele se perdia e se encontrava, sem se preocupar em ter; apenas em ser. Apenas em ser.
Hérlon Fernandes Gomes
P.S.: Fotografia tirada do alto da Serra do São Filipe - Nossa porção de Chapada do Araripe. Fim de tarde.
terça-feira, 2 de junho de 2009
CAETANO VELOSO, show do Zii e Zie, Juazeiro do Norte – CE.

Sábado, dia 29 de maio, Juazeiro do Norte – CE. A Applausu's Casa de Shows estava lotada para receber pela primeira vez o ícone da música popular brasileira: Caetano Veloso. O artista está em turnê com seu novo trabalho, o álbum Zii e Zie, inaugurando um novo ritmo, o transamba - misto de samba e rock.
Caetano Veloso é um dos nossos artistas mais consagrados, daí a ansiedade de todos por um show desse baiano-brasileiro-cidadão-do-mundo.
Ele praticamente se deteve a divulgar as canções do novo álbum, não deixando de excursionar por outros sucessos de sua carreira, como Maria Bethânia e Irene, para relembrar os anos de repressão da ditadura militar, quando merecidamente fez menção aos caririenses Violeta Arraes Gervasieu e Miguel Arraes, companheiros e braços fortes do artista durante seu exílio em Paris, no final dos anos sessenta. Especificamente Caetano dedicou a música Aquele Frevo Axé para aquela que ficou conhecida como a embaixadora dos exilados em Paris.

(Caetano e Violeta. Paris. 1970. Fotografia do site
oficial da Fundação Casa-Grande)
O show contou com uma estrutura de iluminação bem administrada, brincando com as nuances de cor que faziam realmente a asa-delta pousada sobre o palco parecer voar sobre as turbulências de vídeos que projetavam chuvas torrenciais como pano de fundo.

O show do Zii e Zie (tradução do italiano para tio e tia) traz um Caetano renovado, mas que não se esquece dos traços característicos de sua personalidade, como seu senso político aguçado presente na composição A base de Guantânamo ou sua verve polêmica na música Tarado. A similitude de algumas canções com o rock é desvendada pela guitarra de Pedro Sá, assim como a bateria de Marcelo Callado e o baixo de Ricardo Dias Gomes, integrantes da banda Cê.
A Applausu's cantou em uníssono Não identificado. O público certamente sentiu falta de mais sucessos; mas é perfeitamente compreensível um artista divulgar seu novo trabalho e não se limitar a cantar canções do passado. Caetano é um artista inventivo, afinal, fazer uma antologia dos seus sucessos e divulgar um novo trabalho não deve ser tarefa fácil para agradar a seu público exigente e tão heterogêneo.
O cantor finalizou o show com Força Estranha, sob uma fina neblina deste ano de tanto cinza no espaço, de nevoeiros que coincidentemente (?) ilustram a capa do álbum. Zii e Zie representa o Brasil de transição das eras FHC e Lula, conforme se revela na composição Lapa. Este novo trabalho parte para analisar os conflitos do homem moderno, acostumado a se “coisificar”, a se prender em rotinas angustiantes.
Hérlon Fernandes Gomes
terça-feira, 28 de abril de 2009
PLA-CATA-TÔNICO
Não é tão simples assim se livrar de um desejo que nos tenta, que nos quer mudar a cor do tempo. Não é simples porque desejos assim prometem o êxtase da felicidade. Era assim que ele se lembrava daquela mulher, que tinha como enorme defeito estar casada com seu melhor amigo.
Era uma paixão platônica de anos, guardada no seu âmago como o mais perigoso segredo. Conseguiu se envolver em outros amores, mas a presença de Estela atormentava-o. Gostava de pronunciar seu nome em segredo, sentia-se um adolescente. Os olhos dela lhe diziam de uma cumplicidade de desejo, afogavam-se cheios de luxúria por três segundos que fossem...
Certa noite o amigo insistiu que tirasse Estela para dançar enquanto pegava uma bebida... Pensou em inventar uma desculpa qualquer para recusar o convite... Mas seria a primeira vez de uma maior proximidade de ambos. E que proximidade...
Ele ainda tem guardada a exata sensação da frieza das mãos dela e a gostosura que foi poder sentir sua silhueta roçar mais firmemente a superfície da mão... Corações aos pulos. Nenhuma palavra. De repente se olharam fixamente, muito além dos três segundos habituais, e aquele momento queimou os dois.
Nesse silêncio, disseram tanto de cada um... Ele enxergou o mesmo delírio de desejo e culpa que via em si, mas o arrepio de deleite que lhe avolumava as formas entorpeceu-o mais e mais. A música parou de tocar, era preciso rever o amigo.
— Não sabia que você dançava tão bem, Roberto!
— Danço? – retrucou meio sem jeito... Espero surpreendê-lo em mais oportunidades como esta, amigo!
Riram-se e brindaram.
Hérlon Fernandes Gomes
28 de abril de 2009
quinta-feira, 2 de abril de 2009
MINHA PAIXÃO PELOS VINIS - I

domingo, 8 de março de 2009
FUGA DE UMA PAIXÃO

P.S.: Queimei todas as nossas fotografias.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
ETERNO OUTONO

Era uma solidão desoladora. A velhice combinou-se também à saudade. Tantas pessoas importantes na vida de qualquer ser humano normal, perdidas durante estes longos anos: pais, marido, as irmãs mais unidas, tantos amigos... Criara tantos filhos... A casa às vezes revivia épocas passadas. O tempo passava lentamente e fazia a velha senhora relembrar, para não enlouquecer, esses momentos vivos.
Os sentimentos exalavam cheiro de baús esquecidos, onde ela atestava as felicidades do passado. José, Isaura, Miguel, Alice... Nomes que só eram reconstruídos porque apenas ela vivia sobre esta terra. Todos se foram... Sua vida passou a ser um fardo para si mesma? Tinha medo de estar concordando com isso...
Suas companhias freqüentes tornaram-se em um gato, um sabiá e algumas plantas no jardim, que definhava à medida que sua artrite consumia-lhe os ossos. As tardes vez por outra ganhavam cores, quando desenterrava da estante os velhos vinis... Lembrava que já pôde dançar, que os perfumes enfeitiçaram sua mente com outros desejos...
Um disco de tango tocava no presente, tocava no passado... Diante do espelho ela se assustava; aceitava, perplexa, essa erosão do tempo que se vingava de sua graça. Diante da penteadeira, deparou-se com objetos sem serventia: uma caixa de pó, um batom, um perfume vencido, uma presilha de madrepérola. Penteou-se e seu cabelo denotava que o tempo teimava em apagar suas cores; ajeitou a presilha a um canto do cabelo – como no passado. O pó de arroz acentuou-lhe a fantasmagoria; o carmim nos lábios, os traços cômicos (?), trágicos (?)...
Reconstruiu-se no passado, era tão leve e cheia de esperanças... Ia valsando tropegamente pelos mosaicos encardidos. Reencontrava os nomes do passado, conversava alto, até que o disco acabava... Um dia fora pega de surpresa pela visita inesperada da filha, pintada dessa maneira... “Uma velha gagá”, quem havia pensado nisso? O que é a senilidade? No que a solidão nos transforma? Por que a velhice em sua vida fora sempre um eterno outono?
Hérlon Fernandes Gomes
13 de fevereiro de 2009 (sexta-feira)
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
EU POR MIM MESMO

E vai ter somente gosto de desejo, não mais aquela vontade doída de ser a parte de alguém, de me depender. Vai ser bom me perder um pouco de mim, sem precisar ir tão longe nos meus limites... Vai ter gosto de aventura, de mim me bastando, sem me perder num vazio sem nome. Eu rirei do tempo, das coisas que fiz sérias demais e que não mereciam uma noite de insônia, porque todo o solo pisado é agora conhecido, todo sentimento já tem um reflexo nas paredes do meu coração.
Deixei de ser selvagem. Eu me domestiquei na mesquinhez dos homens, na sede dos poderosos, nos desejos de luxúrias indecentes. Tudo vai ser mais fácil, porque eu li Drummond e ouvi Chopin quando me navalharam a alma. Qualquer dor agora sangrará menos, já que todo antídoto se destila
Continuarei a nascer como as flores silvestres que perfumam as colinas intocadas; como a pérola cravada no mais profundo e inacessível coral. Porque agora aprendi a me sentir, a me querer bem. Agora descobri o que realmente me importa, aprendi a construir o que me felicita, pois o destino nos pertence.
A inveja dos infelizes me causará piedade. Entregarei ao Pai essa fraqueza dos homens sem fé e estamparei meu sorriso. Cultivarei essa vontade insaciável de amar e buscarei sempre a felicidade: esse sentimento incompleto, essa vontade ininterrupta que me preenche e nunca me satisfaz plenamente.
Hérlon Fernandes Gomes
23 de Janeiro de 2009.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
SHOW MARÉ - ADRIANA CALCANHOTTO - CRATO - CE (16/01/09)
O Cariri é uma região que se destaca, no cenário cearense, por sua independência cultural, principalmente. O Crato já tem cara de vanguarda e impressiona não somente pelos artistas que abriga, mas pelo público de fino gosto quando o assunto é arte.
A comunidade intelectual vibrou de expectativa pelo retorno de Adriana Calcanhotto e seu show Maré.
A noite escura, prenúncio de inverno, fez com que algumas pessoas temessem a chuva. Mas São Pedro e Santa Clara certamente colaboraram. A única estrela da madrugada era ela: Adriana.
O West Card Hall estava apinhado de gente, que se dividia entre os pagantes da pista e do front stage. A princípio, aquele apartheid incomodou quem não foi informado sobre essa divisão; por outro lado, os fãs mais calorosos não se importaram em pagar um ingresso mais caro para estarem mais próximos da queridinha da MPB.

Entrou radiante, usando vestes em tom rubro que fizeram lembrar o parangolé pamplona. Salientou a satisfação de estar retornando ao Cariri e foi deveras convincente. Não se apavorou diante de uma falha do som, que deixou todos no silêncio por cerca de dez segundos.
A iluminação em tons azuis e o palco completamente aberto atrás, com a noite negra caririense como pano de fundo, foi o cenário para a performance da artista.
O show MARÉ encantou. O novo álbum é de uma poesia pungente, trazendo composições profundas, como SEU PENSAMENTO e TEU NOME MAIS SECRETO à rítmica PORTO ALEGRE. A cantora não deixou de revisitar seus sucessos, como MAIS FELIZ e VAMBORA, transformando a platéia num coro absoluto.
Injustiça seria não reconhecer o trabalho dos músicos que a acompanham. Eles são a harmonia do show: Alberto Continentino (baixo, guitarra, escaleta, vocais e berimbau de boca), Bruno Medina (teclados), Domenico Lancellotti (mpcs, bateria, percussão, baixo e guitarra) e Marcelo Costa (bateria e percussão)
O figurino da Partimpim impressionou por sua discreta elegância: saindo do vermelho incandescente a um azul mais suave até um sobretudo de veludo azul escuro.
Adriana Calcanhotto é dessas artistas que possuem um encanto especial. Não resistimos ao canto da sereia. Permanecemos hipnotizados e já saudosos de sua presença.
Hérlon Fernandes Gomes
P.S.: Escrito originalmente para a coluna do site www.caririfest.com.br