O BÚZIO
Estou a desenhar na praia minhas alegrias presentes,
Estou a adivinhar no horizonte um futuro de paz.
No naufrágio não afoguei minhas esperanças,
Embora confundisse o sal da minha lágrima no do infinito oceano.
Daquelas profundezas ficaram lembranças quase esquecidas,
Desbotadas pelo calor do sol,
Encantadas pela luz de refrações enluaradas.
Sou eu agora ao acaso,
Nessa imensidão de enseada,
Ansioso por ser escolhido
Por um olhar especial
Que me aceite singular
E me tenha por amuleto da sorte.
Hérlon Fernandes Gomes
Guajará-Mirim, Rondônia - 28 de Julho de 2011.
P.S: Para meus irmãos: Hércules, Helaine e Heloísa. Na infância, maravilhados com a quantidade de búzios gratuitos pela praia, perdemo-nos dos nossos pais, quando escolhíamos e catávamos conchas por quilômetros distraídos.