
Nós já éramos íntimos e não sabíamos. Tuas palavras tinham o timbre que eu imaginava e eu já sabia certo o nosso encontro, não me senti como a lua cheia em pleno meio dia.
Cheguei perto de ti e já te adivinhava as vontades. Não titubeei diante dos teus lábios que se mediram e se tocaram com os meus sem necessitar de nenhum gesto ensaiado. Arrepiei-me, arrepiamo-nos... E foi um beijo tranqüilo, apesar de clandestino, numa rua de nenhum vivente além de nós, nesta noite quente de outubro... Eu te quis roubar para dentro de casa, tu querias me consumir ali, arrancando-me os botões, transformando-nos em vultos desta madrugada enfeitiçada...
Não dormirei facilmente... Acreditarei nas coisas que me disseste sobre meu sorriso, nas coisas boas que me fizeram sentir inteiro, nas coisas plenas que me fizeram desejar mais de ti.
Não mais olharei tanto para dentro de mim. És um mundo que eu não esperava encontrar, és a mentira que eu nunca quis acreditar. Meus sonhos certamente serão os melhores. Desejo o mesmo para ti. Boa noite.
Hérlon Fernandes Gomes
Crato - CE, 18 de outubro de 2008. (Madrugada)
O cheiro do desejo no ar...
ResponderExcluirFaz bem...