Queria encher o papel do que sou, do que sinto, do que almejo, do que pretendo compreender.
Meu atrevimento transformar-se-á em Silêncio,
Esse vazio-cheio,
Mar onde se pesca o antídoto para a angústia,
Onde se perscruta por onde Deus se esconde e do que é feita
a eternidade.
Nessas profundezas abissais,
Não se encontrará a solução, não haverá a corpórea resposta
exata.
Baterei na porta, chamarei, chorarei em soluços graves
Porque aqui é campo geral para todas as dores,
Aqui é reino fecundo aos que se entregam a paixões,
Onde a vergonha é honra,
Pecar é perdoar a si mesmo,
E ajuntar culpas não é recomendável para quem só vive uma
vez.
A poesia é indulgente e não nega a enésima chance.
Ela nos confortará com necessárias esperanças
Após noites de breu e lanças de solidão no peito.
Sim, apesar de tudo, haverá a doçura do vinho, da carne,
Cintilações de calma das manhãs
E a misericórdia dos Céus.
Hérlon Fernandes Gomes
25 de Dezembro de 2012.
Guajará-Mirim, Rondônia, Brasil.
Sim, haverá...e esta Poesia cheia de Natal.
ResponderExcluirTudo isto está repleto de plenitude, Hérlon. Bom demais retornar aqui e me "arqueologizar".
Um 2013 cheio de beleza para você e todos os seus.
Abração.
Magna
Você sempre enche este espaço com a frescura de suas sementes! Grande abraço.
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