Vou estender minhas carências ao sol,
Dar de beber às minhas sedes,
Soltar os medos pelo pasto livre,
Plantar esperanças e colher alguma fé.
Ficarei em silêncio
A ouvir a oração do meu íntimo me dizer
Que minha paciência deve duelar com a angústia;
Que preciso esperar pelo inesperado
Com a casa sempre em ordem para a surpresa sem tempo.
Preciso não me incomodar com o espelho
A me denunciar que a juventude se esvai;
Mas devo me precipitar ao poço infinito da minha alma
Onde uma planta rara jamais deve envelhecer:
Quieta; para muitos, invisível;
Para outros, inatingível...
Desço com dificuldade a esse fundo insalubre,
Mas ali está ela, cheia de viço, luz
A me suplicar para que eu não enlouqueça,
A me segredar o conforto no holocausto
A me dizer o quanto sou belo.
Hérlon Fernandes Gomes |
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